Mas é claro que o sol vai voltar amanhã...



E então um dia o horário muda e passa a escurecer só quase 8pm. E faz 13 graus - positivos! E a bebê fez 4 meses e como num passe de mágica, parou de soluçar o dia todo, e regurgitar toda santa vez que ia pro trocador, e de ir pro trocador trezentas vezes no dia (o que significava uma troca de roupa quase que a cada troca de fralda), e de chorar tanto "sem motivo". E de repente você pode sair com ela de casa (onde se lê: a família pode voltar a sair de casa sem precisar que alguém fique pra trás cuidando), e você encontra a melhor forma de descer com as "tralhas" + bebê até o carro - e veja só, enquanto você faz esse trajeto seu pé nem afundou na neve nem nada. Ah sim. Porque de repente a neve começou a derreter, o que te possibilita também passear com o bebê no carrinho e o cachorro na coleira, o que significa um cachorro mais traquilo que não tem mais a necessidade de latir feito doido pra cada folhinha que voa lá fora - inevitavelmente acordando a bebê. Bebê essa, que até então precisava de uma graaaaaande ajuda para cair no sono (pacotinho, mamadeira. músicas, balançar, caminhar pela casa, you name it), mas que agora, veja só, chega a hora fecha os olhinhos e... dorme!! E que se teve a fase de ter que mamar de 2h em 2h, e depois a de 3h em 3h, agora tem horário de dormir à noite... e de fato dorme!! E então você volta a lembrar que existem shoppings de dia, casa de amigas, restaurantes e até - rufem os tambores - a sua academia de ginástica, onde ela já fica no berçário sendo cuidada por três moças ao mesmo tempo (eu nunca vi um berçário pra ter tanta funcionárias!), e onde em breve já vai começar a ter aulinhas de natação e outras no programa mommy and me. Então você lembra que existe vida também enquanto a bebê está acordada. E descobre que consegue ver algo na televisão enquanto ela brinca no tapetão, e falar ao telefone com ela no seu colo ou por perto, e fazer alguma coisa no computador enquanto ela segura um brinquedinho, e cozinhar com ela no carrinho maravilhada com o lustre da cozinha, e até tomar banho sem precisar ser voando (com ela no carrinho dentro do banheiro se beneficiando de uma nebulização improvisada com o vapor, quietinha porque gosta de ouvir o chuveiro). E em breve, vai se lembrar até do que era ir ao cinema à tarde - porque eu gosto de viver perigosamente, rs. E aí, quando você acha que não tem como ficar melhor, ela dá um sorriso. E você também abre o seu, mas não só com os lábios. Você sorri com o corpo inteiro - principalmente com o coração.
 E é isso. Depois de uns meses esquecida de todas essas coisas e imersa num mudo completamente novo, incrível mas MUITO assustador, a sensação de pânico passa, o gelado na boca do estômago vai indo embora e o que fica é uma nova rotina, uma nova vida, com mais esse pedaço - mas sem ter que esquecer dos diversos outros pedaços. E amor. Muito amor. Mais que muito. Mais que muito mais.

Comentários

  1. Falou tudo!!! É bem assim mesmo. No fim, as coisas começam a entrar nos eixos e tudo fica mais corriqueiro e gostoso ao lado dessas fofuras. Bj grande!

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  2. Falou tudo!!! É bem assim mesmo. No fim, as coisas começam a entrar nos eixos e tudo fica mais corriqueiro e gostoso ao lado dessas fofuras. Bj grande!

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  3. Desse jeito!!! Felizmente, as coisas vão se ajeitando.
    Simone, onde estava seu dna na concepção dessa baby?

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