Foi preciso a estrada, a distância, o fuso horário, o passaporte, o visto, a língua estranha. Foi preciso perder o rumo, não entender o mapa, brigar com o gps, pedir informação, tentar falar alemão em terra onde só se entendia francês. Foi preciso a curiosidade, a vontade, a sede, a coragem, a resistência, e a saudade. Foi preciso fazer malas para perceber que viajar mais leve é viajar melhor, e que só se deve levar o que se consegue carregar, e que na maior parte do tempo precisamos de muito menos do que imaginamos para continuar. Foi preciso ir para longe, bem longe, e voltar. E ir de novo, e retornar. E mais uma vez então, pela primeira vez com a segurança de estar acompanhada mas o frio na barriga da falta de data para voltar. Foi preciso morrer de rir, rir pra não chorar, chorar, chorar um monte, e chorando ou rindo continuar seguindo. Foi preciso pegar trens, aviões, barcos e até caiaque, andar por lugares que nunca imaginaria que existissem quanto m...