Não beba e digite!

"It´s a quarter after one, I´m a little drunk and I need you now. Said I wouldn´t call but I lost all control and I need you now."

Assim diz a canção que ganhou o prêmio de melhor música do ano no Grammy de 2011. "São uma e quinze da manhã, estou um pouco bêbada e preciso de você agora. Eu disse que não ia ligar mas perdi todo o controle e preciso de você agora."

Não foi à toa que essa música foi premiada. Quem nunca passou por isso? Ou em vez de ligar, mandou aquele e-mail ou mensagem de texto na hora em que bateu aquele "preciso de você a-go-ra"?

O problema em mandar esse tipo de mensagem ou fazer esse tipo de ligação é o possível (e provável) arrependimento que baterá imediatamente depois - talvez dependendo do tipo de resposta que se recebe.

 Mas a culpa é nossa? Da saudade bater, do coração ficar apertado, do impulso prevalecer sobre a razão? Não. Eu culpo a tecnologia. O problema é que hoje em dia basta um clique para se fazer uma enorme besteira.

Sim, porque o que aconteceria se fosse a época de Elizabeth Bennet, a heroína de Orgulho e Preconceito? Ela teria um coração mais calmo e a razão prevaleceria sobre o coração? Bobagem. O caso é que até encontrar a tinta, molhar a pena e arranjar o pergaminho para se escrever a carta, o ímpeto já teria passado. Se não passasse, com certeza no longo tempo entre ela ter escrito a carta e conseguir enviá-la.

E se a vontade fosse de ver seu Mr. Darcy cara a cara? Até ela vestir aquelas mil camadas de vestidos com anágua e espartilho, aí arranjar um cavalo... No meio disso a razão voltaria à ela.

 O problema é que hoje em dia está muito fácil fazer papel de boba. O melhor então é ficar longe do celular nas madrugadas, ainda mais se os goles a mais de bebida ainda não tiverem sido metabolizados.

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