Menos televisão!!!

Semana passada eu estava falando sobre um programa ruim e um comercial que não gostei da televisão brasileira. Para este post, minha tese é a de que todo mundo deveria assistir menos televisão - e ponto final.



Não é que eu não goste de televisão - eu adoro. Tem muitos programas que gosto de ver, e em certas ocasiões, nada melhor do que deitar num sofá e ver algo bom na tv.


O que eu não gosto - e que, infelizmente parece ser uma tendência - é de ver aparelhos de televisão em todo canto. Nas últimas vezes que visitei a Casa Cor em Brasília, captei a lição: cômodo que se preze tem que ter uma televisão. E sim, acabou a era da "sala de televisão". Porque isso agora é o "home", no qual deve-se ter um telão de todo tamanho. E para os outros cômodos, "singelas" televisões de 42" já servem. E aí era um tal de televisão no quarto, televisão na cozinha, televisão em frente à banheira!! E eu andava por aquela casa e pensava: o morador daqui por acaso faria outra coisa além disso?


Não é que televisão seja ruim. Quando se procura, a gente até encontra coisas boas passando. Mas eu sou contra ter televisões em todo lugar porque isso te rouba a chance de estar com você mesmo - e depois, com os outros.


Aqui nos Estados Unidos é bastante comum a tal da televisão dentro dos elevadores. Ali eu até acho válido, no sentido de tirar aquele aspecto esquisito sobre ter que ficar a centímetros de distância de estranhos por algum tempo, sem ter pra onde olhar. E aí, mágica! Colocam uma televisão e acaba o estranhamento. E por quê? Porque a televisão rouba a nossa atenção de uma tal forma, que a gente até esquece onde está e que tem outras pessoas em volta. E isso é que é perigoso.


Eu cresci sem poder ver muita televisão, então apesar de gostar, desenvolvi vários outros hábitos, como o de sempre levar um livro pra cama, ou o de colocar música de fundo em casa, em vez de uma tv ligada. Mas mesmo que tivesse crescido em frente à televisão (como muita gente), hoje tentaria desenvolver o hábito de não assistir tanto.


Lembram de quando a televisão saia do ar de madrugada? Eu nunca vi a programação acabando, mas acordava cedo o suficiente pra ficar vendo a tela com faixas coloridas e um relógio no meio, enquanto os desenhos não começavam.


Pois é. Ao menos naquela época a programação nos dava um tempo. Hoje, quem tem que abrir esse espaço somos nós mesmos. Ou senão terminaremos como aquelas pessoas dentro do elevador: com o olhar perdido em qualquer coisa que não nos interessa, deixando de perceber quem está a centímetros dos nossos narizes.

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