Blablabla

Cada vez tenho menos interesse ou paciência para jogar conversa fora. E olha que eu adoro conversar. Mas o caso é que gosto de conversas de verdade, nas quais se fala sobre o que de fato interessa. Gosto de falar sobre o que eu realmente estou pensando e sobre o que realmente está na sua cabeça. O básico me cansa. Se não for para falar de nós, falemos então de ideias. Se não somos capazes de produzí-las por nós mesmos, ao menos que sejamos capazes de reproduzir o que outros pensaram. E se for pra falar de outras pessoas, que elas sejam ao menos interessantes o suficiente.



Tem gente que só usa a linguagem para sua função mais básica, que é a de comunicar fatos. A pessoa diz que vai chegar tal hora. Conta o que fez ontem. Diz o que vai fazer amanhã. Okay, okay. Eu posso até ouvir essa parte, mas só se você tiver algo mais a me dizer.



A aula de Funções da Linguagem tinha tudo pra ter sido a mais filosófica do colégio. Eu daria essa aula dizendo:



  • Seja direto e use o mínimo de palavras na função referencial. É só pra me contar um fato? Please, tell me less.



  • Função fática, só se a ligação estiver falhando ou o outro for meio surdo.



  • Atenção ao apelo da função conativa! Não é porque te dizem "beba coca-cola" que é isso que você vai ter que fazer.



  • Aprimore-se na função emotiva ou expressiva, principalmente usando a propriedade da referência deslocada: é a única coisa que nos separa dos animais.



  • E sim, delicie-se com a poética.

Comentários

  1. Concordo PLENAMENTE!!! Posso copia o seu texto e enviá-lo para algumas pessoas??! Rrsrsrss...

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