Meu primeiro Super Bowl

Assim como a maioria dos americanos, ontem à noite nós estávamos assistindo à final do campeonato mais importante de futebol americano, o Super Bowl, evento que seguramente se compara a uma final de copa do mundo no Brasil. O clima no país e o envolvimento do povo é parecido: o dia do jogo é como um feriado não-oficial. Horas antes, o comércio fecha e tudo para, e nos dias que antecedem, na televisão só se fala nisso. Uma diferença é que esse evento, como quase tudo por aqui, vem acompanhado de comida - muita comida. O dia do Super Bowl é o segundo dia do ano no qual mais se consome alimentos, ficando atrás apenas do Thanksgiving. [E o Thanksgiving é aquele dia em que eles comem como se não houvesse amanhã. Praticamente um 21 de dezembro de 2012.] Faz parte da cultura. Claramente os americanos acham muito interessante consumir quantidades absurdas de calorias enquanto assistem a outras pessoas se movimentarem e suarem, vide toda a comida vendida em estádios e restaurantes onde o pessoal se reune pra assistir jogos - diferente da tradicional cervejinha ou no máximo do aperitivo, como se faz em tempos de Copa no Brasil.

O futebol americano em si é todo um capítulo a parte. Primeiro que o jogo é uma confusão dos infernos. Na maior parte do tempo a gente não sabe nem onde está a bola, já que pelo jeito não é ela que os jogadores querem agarrar, mas sim uns aos outros. A expressão "se joga" só pode ter nascido num campo desses. E o negócio fica violento.


Só de olhar para os uniformes, a gente já vê que a coisa vai ser feia. Enquanto nossos Robinhos e Ronaldinhos usam short, camiseta e apenas um meião para se proteger, os jogadores deles entram com proteções enormes por baixo das camisas, calças, luvas e capacetes com barras de ferro. Não. Eu não mudei de assunto e comecei a falar das cadeias. As barras de ferro são nos capacetes mesmo. E se não me engano, tinha um lá com aqueles óculos para visão noturna. Ou eram para neve? Não sei. Só sei que depois de acompanhar o jogo, a gente vê que, em se tratando de futebol americano, a regra das passarelas não é válida: menos é menos mesmo. Melhor se proteger. Que tal um reforçozinho no capacete e uma figa no bolso traseiro?


E quando eu digo confusão, estou falando sério. Neste último jogo, por exemplo, por algum tempo havia um jogador extra num dos times - e custaram para perceber. E o que dizer do modo como eles fazem para segurar a bola para trás, impedindo o touchdown? É tudo no corpo a corpo mesmo. E vale mãozada, ombrada, pernada, cabeçada. (Taí um estilo de futebol melhor para o Zidane.) O que me leva à seguinte questão: o que será que é, afinal, considerado falta num jogo desses? Deve ser mesmo só quando o jogador não vai. Aí leva falta. Porque tirando isso...


Tinha um jogador que se chamava Polite. Não deve ter sido à toa que não o colocaram em campo. Imagina esse cara no meio dos outros: "Excuse me, oh, I´m sorry. Did I hurt you? I´m so very sorry." Não daria certo.


De qualquer forma, o jogo foi bom de se ver. Ainda não sei a maior parte das regras mas so what? Não tem muito tempo que eu fui aprender o que era impedimento no nosso futebol. E ainda não estou certa sobre o escanteio. E sim, as propagandas que passam no intervalo do jogo são ótimas (e é bom que sejam, já que são os 30 segundos mais caros da tv americana) e é claro, não nos esqueçamos do Tom Brady. Que não ganhou o jogo, mas com certeza o coração de muitas telespectadoras. Valeu Patriots!

Comentários

  1. Mone,
    Ainda estou rindo do teu post. Que delícia de ler. Acho que deverias mandar para um jornal ou revista no capítulo esportes, pois está ótimo e muito melhor do que a maioria que lemos por aqui.Eu também não entendo bulhufas de futebol americano. Na verdade, tenho agonia de ver aquele empurra-empurra. A propósito, acho que falta mesmo só aplicam se o outro desmaiar. Enfim. E por quem tu torceste afinal? Beijos!!!

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    Respostas
    1. Oi, tia Margareth! Que bom saber que você gostou do meu post! = ) Tentei mandá-lo para a página do Terra na sessão "você repórter" mas me responderam dizendo que só aceitam notícias, e não comentários. Uma pena. E como esse mundo das notícias é muito dinâmico, agora acho que minha notícia já ficou velha. Mas é uma ideia boa me informar sobre jornais e revistas, para num futuro que escrever algo similar, enviar. Quem sabe, né? = ) Grande beijo!

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