Progredir toda vez, mas não sempre

A impressão que eu tenho é que o mundo se divide em dois grupos: os que querem progredir e os que estão muito bem onde estão, obrigada. [Este último também pode ser descrito como o grupo do mexe-com-isso-não.] De quem é a melhor política? A meu ver, de nenhum dos dois.


A turma do mexe-com-isso-não geralmente é contente [que vem de contentamento e é diferente de feliz, mas ainda um sentimento bom], mas não gosta de sair do lugar. Só que a vida anda, e com ela devemos andar também. E aí essa turminha fica pra trás, vivendo num passado que já não existe, presos em nostalgias e saudades.


O pessoal do vamos progredir geralmente chega a algum lugar. São os que pegam e fazem, que se mexem, que movimentam, que estão sempre pensando em como podem melhorar sua vida, e não raro, a dos que os cercam. E sim, eles vão e fazem. Vão e conseguem. Mas por estarem constantemente nesse modus operandi, podem passar a vida toda descontentes, sempre querendo chegar ali na frente, num lugar que nem sabem qual. Correm o risco de perder o momento, de saborear o presente, e aí de viver uma vida correndo atrás de objetivos sem aproveitar nenhuma das vitórias.


Eu acho o seguinte: a vida estará sempre nos exigindo mudanças. As coisas mudam porque o tempo passa, nós fazemos aniversários, e as fases vem e vão. Temos todos que mudar, constantemente, mas não o tempo todo. O negócio é fazer que as mudanças sejam sempre passos para frente. Dessa forma a gente vai sempre progredir, mas tendo tempo pra respirar e aproveitar as coisas como elas são agorinha mesmo - em vez de viver preocupado com um futuro que, mesmo com o passar do tempo, não vai chegar nunca.

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